segunda-feira, 26 de novembro de 2007

A luz e a sombra


"Não há razão para termos medo das sombras. Apenas indicam que em algum lugar próximo brilha a luz." (Ruth Renkel)

O gosto pela vida tem de ser cultivado por nós e regado todos os dias. Temos de fazer o que nos dá alento para continuarmos cá com o propósito de afirmar-mos que existimos que queremos contribuir para a existência do outro. A vida só faz sentido quando algo se complementa e une. A relação com os outros também tem de ser regada e exposta ao sol, que os raios de sol sejam projectados nas sombras mais sombrias e recônditas do nosso ser e que essa sombra seja equilibrada por um raio forte de sol. A vida é feita de contrastes de luz e sombra, tudo está interligado. Uma não vive sem a outra. Tudo o que parece positivo tem também o seu lado menos bom. A vida é feita de compensações, resta ao comum dos mortais tentar encontrar um equilíbrio.
O passado já passou e não encontro o presente. Onde estou? Pertenço a uma realidade intemporal, não estou confinada a um tempo ou a um espaço, faço parte de mim própria, não tenho designação social, para mim o código social é indecifrável. Vivo um mundo à parte, onde tudo é possível, onde criei o meu próprio código e que só alguns conseguem decifrá-lo.
Quero dar uma sequência lógica às imagens da minha vida, por mais que tente tudo está muito desorganizado, por isso escrevo, pinto, fotografo, uso todas as técnicas ao meu alcance para poder ter uma visão mais real e positiva de uma vida que parecia não ter mais sentido.
A arte poderá ser um exorcismo saudável, há uma libertação do caos interior e uma tentativa de o organizar, exorcizando tudo o que temos cá dentro.
Só é artista, aquele que tiver algo para transmitir.

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