quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Abram alas, deixem-me passar…

Encontrar palavras para descrever o que sinto, sinto um vazio. Gostava de preencher esse vazio e é talvez a escrever. Escrever poderá ser um processo através do qual eu possa expressar o que sinto. E o que é sentir? Eu sinto tudo de uma forma que não consigo expressar, sinto-me presa a mim própria, quero libertar-me mas não consigo. O colete de forças está muito apertado desta vez. Se antes sentia as coisas de uma forma intensa, agora perdi essa faculdade. Parece-me tudo indiferente. Onde vou buscar forças para voltar a sentir, tudo perdeu sentido!
A sala de isolamento está à minha espera, eu quero ir para lá mas tenho medo de ser um caminho sem retorno.
Abram alas, deixem-me passar por aquelas portas altas, onde o tecto parece não ter fim. Os murmúrios, os gritos e a desconfiança parecem reinar de uma forma tão preponderante.
Quero chegar até mim sem interferências. Deixem-me sozinha por favor! Será que esta minha tendência para o isolamento é positiva? Há momentos na vida que só entregues a nós próprios podemos resolver os nossos problemas mais íntimos.
Abram alas, deixem-me ultrapassar o sub nível onde a ironia, o cinismo parece prevalecer, mas infelizmente é a realidade que nos cerca. Quero antes passar para um supra nível, onde ninguém poderá alcançar-me. Onde poderão ver-me mas não me poderão tocar.

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