segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O sentido da arte


A arte de cada um poderá ser reconhecida e compreendida pelo mais comum dos mortais. Aos nossos olhos parece tudo muito claro, mas quando exibimos o que de mais profundo que temos cá dentro torna-se indecifrável. Os códigos simbólicos e estéticos não estão ao alcance do senso comum. Mas às vezes a mensagem mais simples não é atingida pelo mais culto dos homens. Ás vezes não é o conteúdo que prevalece mas o sentimento que depositamos naquilo que criamos. Desde que a pintura provoque alguma reacção ou pela conjugação de cores ou dos grafismos, o que realmente interessa é inquietar consciências. Quando uma obra nos é indiferente não vale a pena depositar os nossos olhos sobre ela. Porque jamais a compreenderíamos. Mas se pelo contrário nos faz parar, aí sim vale a pena debruçarmo-nos; e tentar compreender os nossos sentimentos mais íntimos sobre aquela obra que não nos foi indiferente mas pelo contrário possibilitou-nos ver a luz ao fundo do túnel. Aí provamos que estamos despertos e sensíveis ao que nos rodeia. Acordamos com um novo rumo, com uma nova orientação para seguir enfrente.
A vida está repleta de sinais, temos é de abrir os olhos e ajustá-los à nossa problemática existencial. Existem pistas por todo o lado, nos locais mais inexplicáveis, mas se as descobrimos foi porque essa pista, precisamente essa, fez sentido para nos descobrimos no meio do nada. Mas de que é feita a vida? É feita de “pequenos nadas”. Esses “pequenos nadas” fazem parte do quotidiano e são quebrados pela carga poética que depositamos neles. A arte é feita de poesia, às vezes poderá não fazer sentido nenhum mas quando atingimos a poesia de uma obra de arte, nesse momento descobrimos o seu real significado. E assim a vida avança ferozmente, assim com a cultura de um povo.


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