segunda-feira, 21 de abril de 2008

O percurso

“A palavra é apenas um ruído, e os livros são apenas papel.” (Paul Claudel)

A magia está no sentimento que depositamos no que escrevemos ou na palavra que proferimos. Há que fazer o que nos entusiasma, só assim poderemos fazê-lo com paixão e vontade, com a crença que algo vai mudar, nem que seja uma partícula. Uma subtil mudança pode significar muito na nossa atitude para com os outros, se nós mudarmos, isso também se vai reflectir no mundo que nos rodeia.
Á minha frente apresenta-se um deserto com as pegadas levadas pelo vento. Sem referências físicas o caminho parece difícil de percorrer. Se me lembrar de ti, tu já és uma referência na qual me posso apoiar, a tua força em mim é uma luz que reflecte no meu interior e ilumina a minha caminhada.

Eis a questão

É verdade que nós complicamos a vida, mas por vezes ela apresenta-se indecifrável e por mais que tentemos dar-lhe a volta é difícil.
Qual o procedimento a tomar? Se seguirmos o livro de instruções a nossa atitude vai ser previsível e calculada, mas se por outro lado seguirmos o nosso instinto, o resultado só pode ser imprevisível e emotivo. A emoção ou a razão? Eis a questão. Depende da situação, mas se conseguirmos um equilíbrio entre os dois, seria o ideal. E é esse objectivo que não consigo atingir, comigo ou 8 ou 80, não sou rapariga de meios-termos, sou implacável ou apática. Ou deixo que todos me passem por cima ou sou um muro de paredes altas onde só alguns têm permissão de subir.
Por mais que me considere um deserto, acredito encontrar em mim uma ilha, um caminho, um oásis, um chão por onde possa correr e dar sentido à minha humilde existência.