sábado, 29 de dezembro de 2007

Acordar com um sorriso

“ Metade dos nossos erros nascem do facto de sentirmos quando devíamos pensar e pensarmos quando devíamos sentir.” (J. Collins)

Dizem que a vida é injusta e que choras até adormecer, quem me dera estar ao teu lado para te consolar e apoiar-te sempre que precisares. Por mais longínquo que o horizonte te possa parecer mantém esse sorriso lindo que tens e vais ver que a vida também te sorrirá.
Devemos sentir intensamente tudo o que vivemos, mas por vezes em vez de usarmos o coração devemos pensar racionalmente. Há pessoas que por e simplesmente baralham estas duas maneiras de estar, devemos sentir ou pensar? Depende da situação, mas se formos fiéis a nós próprios não enganamos ninguém. Porém por mais que queiramos impor sentimento em tudo o que fazemos não podemos usá-lo em certas situações. Porque se o fizermos cometemos enganos que dificilmente poderemos remediar. A vida é um jogo e nela se destacam aqueles que sabem como jogar. O adversário apresenta-se feroz mas nós temos de ser mais fortes e vence-lo, normalmente só o vencemos porque usamos a lógica e agimos friamente. Mas em relação ao mundo dos afectos quem age racionalmente perde toda a jogada. Há pessoas que não sabem partilhar um sentimento e que levam a vida com base na arrogância e no distanciamento. Essas pessoas podem vencer profissionalmente mas no seio familiar falham irremediavelmente, sem nunca conseguirem demonstrar um gesto mais afectuoso.
Seria óptimo que em vez de chorares até adormecer houvesse uma mão que te consolasse e que te fizesse acordar de manhã com um sorriso e com mais coragem de enfrentar a vida.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Entre a luz e as trevas

“ Um pouco de luz vence muitas trevas.” (Paul Claudel)

Todos temos uma luz algures, ela torna-se visível e brilhante quando agimos com determinação e coragem.
Entre a luz e as trevas cá vou eu seguindo a minha estrada que não pode ser feita por mais ninguém senão por mim. Cada passo é dado com dúvidas mas quando sou invadida por um raio de sol tudo parece mais claro e seguro. Na escuridão da noite também pode haver uma estrela que me guie se a sua luz for brilhante e intensa.
Assim como as folhas e as ramificações de uma árvore nos podem dificultar de ver o sol, os obstáculos que surgem na nossa vida por mais que tentem tirar o seu brilho, há sempre uma luz dentro de nós que nos permite ver o que há de mais recôndito. E desvendar o mistério da vida e assim vivê-la na sua plenitude.
Por mais emaranhada e confusa que esteja a teia é sempre possível ver brechas. Há que desbravar as suas ramificações, mais cuidado com a luz que nos pode ofuscar e impossibilitar de ver coisa alguma. Temos de ser cautelosos e agir com sabedoria para não sermos também agarrados pelas teias.
Quando estivermos em apuros há que recorrer ao grito. Que este grito seja ouvido nas mais profundas trevas e plante a semente do sonho que acredita que há sempre uma luz que nos acompanha por mais escuro que o momento possa parecer.

O prazer de correr atrás do vento

“Ter saudades do passado é correr atrás do vento.” (Provérbio russo)

Decididamente não podemos esquecer o passado, ele faz parte de nós, não há fuga possível. Ele preenche uma parcela do que somos hoje. Contudo há sempre momentos que gostamos de recordar, são esses momentos que devem ser perpetuados. Mas com um certo distanciamento, para não confundir o passado com o presente. Há pessoas que vivem o presente só a pensar no passado, essas pessoas não sabem o que é viver, estagnaram e estão perdidas no tempo. Agarradas a recordações de que se não conseguem libertar, o presente para elas não faz sentido, quanto mais o futuro, este apresenta-se uma incógnita. Estas pessoas correm atrás do vento sem nunca conseguir agarrá-lo, obviamente.
Por vezes o passado pode nos ter sido cruel, mas devemos atirar para o fundo do poço aquilo que realmente nos magoou e seguir a vida em frente. Aprender a sorrir nos momentos difíceis é uma virtude.
Por vezes também gosto de correr atrás do vento, aquela brisa que nos embala e que comprova que realmente estamos vivos. É um prazer sentir que existimos e que fazemos parte deste mundo, mesmo que a nossa entrega seja uma gota no oceano, há pessoas que nos valorizam pelo o que somos e são essas pessoas que merecem a nossa partilha.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O sonho


Esta noite sonhei que estava numa floresta, parecia um filme de animação, as árvores formavam-se à medida que eu ia avançando, as flores cresciam em sintonia com os sons dos pássaros, a minha própria personagem estava transfigurada, neste sonho eu tinha 6 anos e andava perdida em plena floresta. Quando repentinamente uma brisa provocou a deslocação do meu olhar e fiquei na dúvida de qual o caminho a seguir, escolher o trajecto mais curto, que toda a gente escolheu ou pelo contrário seguir o mais longo, mas soberbo, onde só alguns tiveram o privilégio de o percorrer. Nesse momento fez-se luz e um ímpeto de vontade fez-me escolher o caminho mais longo. À medida que o ia percorrendo encontrei personagens que fizeram parte da minha infância, eu conseguia vê-las mas elas não me viam, a minha vontade foi interagir, mas não havia reciprocidade, tinha entrado num mundo de sonho que pertencia ao passado. Infelizmente não havia nada que pudesse modificar, apenas podia ver e recordar com mais clareza o meu passado mais remoto e consolidar as minhas raízes. Gravei estas imagens nas mais profundezas do meu ser, para me darem força num presente casual e num futuro promissor.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Aceita uma sugestão

Quando te vais só penso no momento de te voltar a encontrar. Lamechas! Eu sei, mas é verdadeiro, precisamos um do outro como a manteiga precisa do pão. Era para ter graça?! Lamento desiludir-te mas se estás a tentar escrever algo profundo com piada, tira o cavalinho da chuva, as tuas metáforas são umas verdadeiras calúnias que por e simplesmente não funcionam. O que eu concluo é que estás a tentar relativizar o que sentes para não sofreres. Talvez seja um meio interessante, precisa é de ser mais explorado.
O que fizeste comigo? Tínhamos uma vida invejável de meter qualquer um no chinelo. Lá estás tu, ainda não percebeste que essa analogia está despropositada, tira todo o sentimento que parecias demonstrar.
Tudo o que vejo faz lembrar-me de ti. Mas estás apaixonada? Caramba há formas mais directas de se dizer que se ama alguém. Mas eu sei, tens a mania, subiu-te algo à cabeça e pensas que és uma poetisa e que tens de romancear tudo o que sentes, para seres bem sucedida. Achas tu! Amigos, amigos, deixa-me que te diga que o caminho não é por aí. E como eu sou teu amigo tento alertar-te para as comparações ridículas e dar-te um empurrão, não para caíres do escadote mas para desceres até à terra e veres a realidade de um patamar mais credível e aceitável.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Lutar pelo fim da indiferença

Sempre que tento mudar o rumo da minha vida, há sempre algo ou alguém que o impede. Sinto-me tão pequena quando tento fazer algo por mim. Mas a verdade é que já fiz coisas incríveis que nem eu nem ninguém pensava que se pudessem realizar. Ao apanhar as pessoas desprevenidas parece que o prazer é maior. Agir pala calada da noite pode trazer muitas vantagens do que quando avisamos previamente. Não precisamos de contar tudo o que se passa na nossa vida, se abrirmos o jogo e pusermos todas as cartas na mesa, ficamos sem trunfos para usar mais tarde quando o momento for mais propício. Tudo tem princípio, meio e fim, temos de começar pelo princípio e não quer logo chegar ao fim. Para atingi-lo temos de trabalhar arduamente e o seu término surgirá naturalmente.
A vida é feita de ciclos quando termina um surge imediatamente outro. Não podemos desistir, por muito mau que seja um ciclo, esse fecha-se para dar lugar a outro.
No meu entender a dor que deixa ferida é menor do que a dor de uma ausência. Não há pior sentimento que a indiferença. Quando nos magoam frente a frente assumimos a dor e até criamos defesas para resisti-la, mas quando essa dor é manifestada pela ausência de uma palavra bate muito mais forte e pode deixar sequelas para toda a vida.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A luz na escuridão


"Aquele que se perde é que encontra novos caminhos."(Nils Kjaer)

Liberta o que trazes dentro, o que de mais te inquieta, só assim poderás sentir uma liberdade imensurável, em que os limites começam e acabam em ti. E assim partir para o outro de uma forma despojada, concretizada numa entrega agora sem parâmetros. As leis deixaram de estar em vigor, a vigorar passou a estar o sentimento, o afecto e a entrega.
Saí logo pela manhã à procura do que é certo, deixei para trás tudo o que me fazia sentir mal, corri pelas ruas estreitas, dei voltas e voltas, recuos e avanços cada vez mais certa do que procurava. Mas a verdade é que me perdi na imensidão da escuridão da noite. Apanhei um táxi e fui até Agramonte à procura em vão pela alma da minha avó, perdida entre os ciprestes e a chuva não dei pelo jazigo.
A minha avó sempre foi uma referência para mim, uma estaca pela qual eu crescia sem medos. Quando me sinto mais abalada agarro-me à força que a minha avó sempre me transmitiu. Uma mulher de aço com convicções fortes que sempre me serviu de exemplo.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A voz do silêncio

Corro atrás de um destino ainda não delineado, mas meu. Um destino desprovido de cinismos e falsidades. Ando atrás de um fado que atenue o meu passado cruel.
Ponho os olhos no presente, com a mente no futuro, esquecendo o passado. Vou levando o dia-a-dia numa constante roda-viva. Por mais voltas que ela dê, por vezes é preciso pará-la e equilibrá-la. O que não é tarefa fácil. Dá-me um tempo e espaço e eu conseguirei encontrar um equilíbrio que tanto anseio.
A minha vida corre num fio da navalha, por mais voltas que ela dê, o presente é um risco e o futuro é incerto e indefinido.
Tudo o que eu quero é viver intensamente e quebrar com a monotonia do quotidiano. Para tal não paro, produzir é a palavra de ordem. Só assim consigo prever um futuro mais risonho. Produzir algo que parta de mim mas que vá ao encontro de alguém que se reveja nas minhas palavras. E que complete as frases inacabadas e que consiga pôr-se na minha pele e perceber o que me vai na alma. Preciso de receptores críticos, que façam com que a minha obra evolua. Não quero estagnar os meus pensamentos em mim própria, quero partilhá-los. Que a minha voz se faça ouvir. A voz ou a sua ausência, o silêncio poderá ser personificado nas montagens que sobrevivem da imagem. A imagem poderá conter muitas mais palavras e provocar sentimentos que um prosaico texto. O que pretendo será uma simbiose entre as duas partes. Que o texto vá ao encontro da imagem ou vice-versa.
A ilustração poderá ser o processo a atingir e que esse meio seja sustentado por um conceito que esteja por trás a enriquecer a imagem.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

O passeio


Numa tarde de Verão fomos até ao parque da cidade, embalados pela vontade e iludidos pela crença que nos unia. Caminhamos de mãos dadas e saboreamos a brisa quente que se fazia sentir. Deitados à beira do lago contemplamos os patos nas constantes idas à água, ouvimos as flores e cheiramos os pássaros. Os sentidos são trocados porque o sentimento prevalece nesse momento. Sentimento já apagado pelo tempo e que não deixou sequelas.


Sentir que estamos vivos

"O sorriso que dás volta para ti próprio." (Provérbio indiano)

Ter o céu como meta, alcança-lo a todo o custo, perdida entre as nuvens e a escuridão da noite, saltando de estrela em estrela e repousar sobre a lua. Que esta fique cheia e ilumine a noite escura. Que a estrela do norte me guie num caminho para encontrar um paladar nunca antes saboreado. Quero fugir ao vazio, longe da guerra que nos domina e ir ao encontro do vazio agora preenchido por um sorriso fugaz mas sincero. Onde pára o meu sorriso? De que serve a gargalhada quando o momento não é propício, poderá quebrar o gelo e criar um ambiente menos constrangedor, a dor é atenuada mas não desaparece.
Tenho a alma destroçada de um sentimento profundo. Entregue a mim e ao meu mundo, persigo o que mais anseio, desesperadamente. Quero encontrar os passos apagados pelo mar, descobri que só eu poderei desenhar as pegadas na areia, as que estavam antes pertencem a um desconhecido. Haja força para recomeçar um caminho nunca antes desbravado, o da nossa vida. Esquece os paradigmas, o modelo és tu, só tu poderás percorrer a praia à beira mar, por vezes molhando os pés e sentir a água gelada e descobrir que estamos vivos. Mergulhada até ao pescoço, penso no melhor que a vida me deu e sou salva por um ímpeto de força
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segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O teu sorriso como horizonte

"Quando se quer atingir o cume da montanha, não se dá importância às pedras do caminho."

A falésia encontra-se a uma altura considerável, é rochosa e por isso de difícil acesso ao seu cume. Mas não nos podemos intimidar por estas características aparentemente difíceis.
Se o nosso objectivo é atingir o seu cume, porque lá se encontra o que tanto desejamos, temos de perder o medo e iniciar a escalada.
Uma parte da falésia é circundada por um mar bravo. A condicionante é que quando iniciarmos a viagem poderemos ser atingidos por uma onda violenta, e a missão cair por terra.
Se avaliarmos os pós e os contras desta aventura dificilmente a iniciaríamos. Mas a vida é um risco que vale a pena correr. Temos de ser determinados e seguir o nosso sonho. Por mais longínquo que ele se afigure, existem sempre brechas que nos permitem ver uma luz, que nos orienta e que contribui para a meta que tanto ambicionamos alcançar.
Há tanto tempo que não sei de ti.
Há um barco que me arrasta para o alto mar, para ir para o teu encontro.
“Ninguém disse que os dias eram nossos, ninguém prometeu nada, fui eu que julguei poder arrancar mais uma gargalhada.”
Essa tua boa disposição sempre me cativou, corro para ir ao encontro do teu sorriso. Parto sem medos, deslumbrada pela recordação que tenho tua, o fim parece mais perto quando o horizonte és tu.

domingo, 9 de dezembro de 2007

A virtude de saber ouvir

Solta no mais alto mar, num veleiro, sem destino, ando à deriva, perdida, sem saber onde é o norte, navego pela margem sem nome, onde as ondas me arrastam para o naufrágio. Será que é esse o meu destino, uma praia deserta, à beira mar desnorteada, sem saber para que lado ir. Entregue a mim própria, pois desconheço outra situação senão o contar unicamente comigo. O que já é uma garantia de sucesso, saber que se pode contar com a única pessoa que não nos desilude e é sempre fiel, a nossa identidade e saber que podemos contar connosco é uma mais valia. Por isso a viagem continua e por vezes quando encontramos um estranho e sem saber porquê desabafamos a nossa história, é alguém que nos ouve sem recriminações, simplesmente tem a capacidade que muita gente não tem, a de ouvir sem fazer uma única pergunta. Mas temos a sensação que essa pessoa está a prestar uma atenção desmesurada, por isso o nosso discurso fluí e tudo faz sentido porque o receptor é sem dúvida um bom ouvinte. Ter a capacidade de ficar calado quando a situação se proporciona, é sem dúvida uma grande virtude. Por vezes as pessoas pecam por falarem, quando a situação é inversa joga-se sempre à defesa e dificilmente alguém nos ataca.

sábado, 8 de dezembro de 2007

A procura incessante

Quero continuar à procura do que não encontro. Por mais que procure, o que mais anseio encontrar não aparece. É preciso persistir e nunca desistir. Quem desiste é fraco. A vida é feita de encontros e desencontros, às vezes temos o privilégio da partilha, por outro lado podemos viver a angústia de uma ausência. Temos é que saber contrabalançar a balança e gerir as nossas prioridades com bom senso.
Todo o lado positivo tem também o seu lado negativo, um não vive sem o outro, fazem parte do mesmo ser. Ninguém é perfeito e temos de dar graças a Deus por não o sermos, a vida seria um tédio, sem altos e baixos não se vive.
Por vezes a vida surpreende-nos e aquilo que prevíamos que acontecesse cai por terra e somos apanhados desprevenidos, sem armas para nos defendermos. Se conseguirmos a defesa sem o ataque, é preferível, só se for um ataque em legítima defesa. Se nos derem um estalo não devemos dar a outra face, como Cristo, mas sim mantermo-nos firmes na defesa para evitarmos o ataque.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Em busca de um futuro promissor

Ir à descoberta, sem limites e sem fronteiras, deixar-me flutuar por entre as nuvens e voar ao sabor do vento. Descobrir o que ainda não foi explorado, ser a pioneira de uma aventura sem término. Não há início nem fim, deixar-me ir sem pensar no final da jornada, sem perder o prazer de uma viagem. O gozo está precisamente nas contrariedades e os ventos menos favoráveis que possam surgir, saber contorná-los, é aí que assenta o nosso mérito. Saber atingir o cume da montanha exige empenho e árduo trabalho, mas saber descê-la também. É preciso não ir aos trabalhões e mantermo-nos de pé, se tropeçarmos e cairmos, a vida dá-nos outra oportunidade e teremos de seguir o caminho de cabeça erguida. A vida é um processo de recuos e avanços, para se dar um passo à frente, às vezes é preciso dar um atrás. Se tivermos de admitir um erro é preferível, só assim poderemos progredir, ter a humildade de o reconhecer, poderá ser um trunfo que terá utilidade mais tarde. Aí assenta o sentido da nossa humilde existência. Darmos valor ao “erro” significa destacarmos aquilo que supostamente era posto de lado, mas a mais valia é que aprendemos com o erro, daí a sua inegável importância. E quando nos apontam um erro não devemos reagir mal mas sim agradecer e fazer um esforço para não o voltar a cometer. Existem pessoas que passam a vida a cometer os mesmos erros, essas pessoas estagnaram, a vida para elas parou e não há progressão possível. Temos de dar o devido mérito àquelas que assumem e percebem a razão porque erraram, a vida para estas apresenta-se risonha e com um futuro promissor.