domingo, 25 de novembro de 2007

Em busca da visão possível

Para que o lume continue aceso é preciso continuar a por lenha na fogueira. Para que a luz continue a brilhar é preciso permanecer à tona e sair da escuridão do poço. É urgente emergir e dar a cara por aquilo que acreditamos. Por em prática tudo aquilo que aprendemos dando assim mais sentido à existência. E o que é a existência? Eu existo, tu existe, nós não existimos. Vivemos mundos paralelos que não se cruzam. Por mais que tentemos mudar os conceitos da geometria e converter duas linhas paralelas em duas linhas diagonais que se cruzam num ponto, essa união é só mental porque na prática não se concretiza.
A minha vontade é virar tudo de pernas para o ar, dar uma reviravolta na semântica e alterar o real significado dos conceitos e impor o significado que para mim tem mais lógica.
Cabe ao comum dos mortais orientar a sua vida de uma forma que ela faça mais sentido. Podemos adaptarmo-nos mas nunca acomodarmo-nos. A diferença está dentro de nós, por mais que a procuremos no exterior, será uma missão em vão, mesmo impossível. Os outros só existem porque existimos primeiro. Não é uma questão de egoísmo mas de lógica. Para reconhecermos o outro temos de dar por nós na primeira instância. Eu só te vejo se tiver olhos para te ver. Ver poderá ser um princípio, como diria o poeta: “Eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura.” Ver não é a mesma coisa que olhar, ver implica uma observação detalhada. Um olhar direccionado que nos permite ter uma visão crítica sobre as coisas. E é a forma como elaboramos a crítica que nos permite alcançar a diferença. Um espírito aberto e liberto de preconceitos procura novos conceitos para atingir a verdade.

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