terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A sintonia dos contrastes

“Não é simples, é minimal. Não é complicado, é complexo.”

Conceitos utilizados na arquitectura contemporânea. A simplicidade por si só não contém a abrangência do minimalismo. Este está associado a uma depuração das linhas, é o suporte de uma arquitectura resumida à sua essência. Mas que não reduz à sua insignificância, mas a um conceptualismo que está por trás e sustenta a sua própria estrutura. A estrutura de um lugar, de um espaço está relacionada intrinsecamente com os pilares que aguentam e dão forma a esse mesmo espaço. Este para além de estar bem concebido na sua concepção estrutural, tem que estar aliada com o meio circundante. Por vezes, o meio envolvente define toda concepção arquitectónica posterior. Uma harmonia entre ambos é indispensável para termos uma boa leitura do edifício. A sua relação com a exposição solar também é determinante, as zonas de luz e sombra provocam uma simbiose e uma sintonia de contrastes. Não se pretende aqui atingir uma obra complicada mas sim entendida na sua razão lógica que permite descortinar o que está por trás, por mais complexo que possa perceber. O complexo tem uma razão de existir, uma lógica que permite conhecer o seu conteúdo, enquanto que o complicado não é claro e decifrável. É de difícil acesso, quase impenetrável, não existe uma linha condutora para orientar o nosso olhar. Este dispersa-se e desorienta-se.
O minimal e o complexo são dois opostos, mas que se cruzam em certos parâmetros. Um edifício pode ser minimal pelo seu exterior e pode ser complexo pelo seu interior. Quem souber interligar estas duas vertentes é um génio. Porque esta união é quase impossível de conceber e aplicá-la no terreno, é como se de um autêntico milagre arquitectónico se tratasse.

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